Muitos acreditam que a cidade de Bauru tem apresentado temperaturas mais altas nos últimos anos. Será verdade?

Figueiredo explica que para se chegar a uma média climatológica de uma determinada região são necessários 30 anos de dados, requisito alcançado pelo IPMet. 

Prontas, as análise demonstram que, a despeito da impressão de muitos, os recordes de temperaturas (médias das mais altas registradas) foram alcançadas na década de 1980 e início da década de 1990, excetuando-se o mês de março que teve recorde batido em 2005.

O mês de agosto, com 32,9ºC de média climatológica, atingiu 34,8ºC em 2015, mas, segundo Figueiredo, uma variação de 1,9ºC, não é muito levada em consideração, sendo considerada significativa a partir de 3,0 ºC. Já setembro, cuja média climatológica é de 34,8ºC, em 2015 atingiu 37,7ºC, aí sim, uma diferença significativa. Aliás, também em termos de chuva, setembro foi atípico, sendo o mais chuvoso desde 2001.

Com os dados disponíveis,  estão estabelecidos  os recordes a serem batidos nos próximos meses; em outubro, 39,4ºC, registrado em 1991, novembro, 39,5ºC, registrado em 1985,  e dezembro, 39,5ºC, registrado em 1988.

Pergunto ao meteorologista qual a razão da percepção de que hoje está fazendo mais calor que em outros anos e ele responde que “temperaturas altas, próximas aos recordes, ocorrem por alguns dias, causando essa impressão”. Depois de alguns dias as temperaturas sofrem um declínio seja pela passagem de uma frente fria ou chegada de uma massa de ar frio”, que segundo o profissional são os dois os mecanismos que provocam queda nas temperaturas na região. A frente fria está associada a ocorrência de chuvas,  e a massa de ar frio, esta sim, associada a temperaturas mais baixas por sua origem polar.  

Com o início da estação chuvosa, o mais comum será a ocorrência de frentes frias, explica Figueiredo. Não que seja impossível a chegada de massas de ar polar, mas são raras nesta época do ano.  Vamos ver como as temperaturas irão se comportar nos próximos meses.