Um acordo de cooperação firmado entre os governos do Timor-Leste, país situado no Sudeste Asiático, e o Brasil, ambos lusófonos, vem permitindo a muitos jovens timorenses a graduarem-se no país. Uma das universidades brasileiras que acolheram esses jovens foi a UNESP, presente em mais de vinte cidades no interior paulista e na capital. Oito desses estudantes estão cursando meteorologia na Faculdade de Ciências da UNESP de Bauru, e três deles devem graduar-se neste ano de 2018. Um desses jovens é Nofiano Ruas, no Brasil desde 2015. Os outros dois são Natividade Rodrigues e Marcolino Aleixo. Ruas nos conta que o acordo firmado entre os dois países visa a capacitação de profissionais em áreas consideradas estratégicas pelo Timor-Leste, o que é muito positivo tanto para o país, quanto para os jovens que conseguem a inclusão no programa. Mas nem tudo são flores para os participantes. Ruas, por exemplo, aponta que ele e seus companheiros tiveram suas dificuldades com a língua. O português, de Portugal, como faz questão de frisar, é uma das línguas oficiais do país de origem; a outra é o tétun. Termos utilizados por aqui, além do sotaque local, dificultaram um pouco a vida dos estudantes. Mas nada que os fizesse desistir. Ruas afirma que recomenda que outros jovens sigam o mesmo caminho.O jovem está muito feliz no momento. Um trabalho de iniciação científica produzido com orientação dos professores Jeferson Priestch Machado e Marta Llopart, docentes de meteorologia, acaba de ser premiado como um dos quatro melhores do V Seminário de Recursos Naturais da UNIFEI, Universidade Federal de Itajubá, evento realizado no período de 6 a 10 de agosto. O trabalho, “Influência do ENOS na precipitação da ilha do Timor” aborda a influência direta do fenômeno climático acoplado entre o oceano e a atmosfera, o El Niño-Oscilação Sul (ENOS), em decorrência da localização do Timor-Leste. O próximo passo para o jovem será a busca por um mestrado antes de retornar ao país de origem.