2017

  Nos primeiros minutos do dia 5 de junho de 2016 o município de Campinas registrou intensa precipitação, inclusive com granizo, considerável número de descargas atmosféricas e ventos fortíssimos, que causaram grandes destruições; ocorrências similares foram verificadas em cidades vizinhas. Não houve registro de óbitos, provavelmente em virtude do horário (00:20h) e dia (domingo). As áreas afetadas foram bairros de classe média a média alta, com residências sólidas, o que atesta a energia do fenômeno pela destruição causada. Mesmo distante do local, as imagens do radar de Bauru sugerem ter havido movimento rotacional, característico de células tornádicas, ainda que não tenha havido registro fotográfico ou vídeo do fenômeno. O padrão de destruição atesta que se tratou de uma perturbação muito forte, tendo chamado a atenção o retorcimento de estruturas e galhos de árvores, objetos lançados por distâncias superiores a 50 m. e árvores frondosas arrancadas pela raiz, o que sugere que tenha sido um tornado. As ações pós-evento foram rápidas, mas não houve alerta de que um distúrbio tão forte atingiria esse município de mais de 1 milhão de habitantes, demonstrando que Campinas (e provavelmente outros municípios brasileiros) não está preparada para o advento desse tipo de fenômeno, relativamente comum na região.  

NUNES, L. H. ; HELD, A. M. G. ; HELD, G. ; NACCARATO, K. ; BONA, L. ; AMORIM, R. R. ; MACHADO, J.P.. Evidências de um tornado em Campinas em junho de 2016: considerações preliminares. In: Archimedes Perez Filho; Raul Reis Amorim. (Org.). Os Desafios da Geografia Física na Fronteira do Conhecimento. 1ed.Campinas: UNICAMP, 2017, v. 1, p. 1948-1962.